TÍPICO BRASIL – PADOQUINHA

Publicado em 10/09/2021 por Andressa Pedry

Muito da cultura brasileira é levantar-se bem cedo e tomar o pequeno almoço numa padaria mais próxima. Gostamos de acordar confraternizando e contactando com as maiores delícias que o Brasil pode oferecer. Desde uma belíssima salada de frutas tropicais, café com leite, leite batido com chocolate, misto quente, pão de queijo ou açaí, os costumes podem variar com combinações infinitas.

Após todos estes anos em Portugal, literalmente sinto-me presenteada por encontrar um cantinho que me faz lembrar tanto a família e principalmente a minha infância.

Vamos conhecer no artigo de hoje, uma grande lutadora e empresária que presenteou os brasileiros e mudou o paladar dos portugueses.

A EMPREENDEDORA

Aline Ridelenski é formada em administração pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. Estagiou em banco de investimento por algum tempo e depois foi ser assistente de marketing na marca Chanel no Brasil, ficando lá por quase dois anos. Após isso, passou em um processo de trainee e virou gerente de produto nas lojas C&A, onde ficou por 2 anos. A seguir a sua vida dá uma grande reviravolta e muda-se para a Alemanha e passado algum tempo Portugal.

Este negócio não deve-se apenas ao talento desta grande mulher mas também de um homem espetacular que tive o prazer de conhecer. Seu irmão, Yan Ridelenski, se formou na mesma faculdade e fez o mesmo curso. Foi estagiário de marketing na marca Dior (um começo bem parecido). Arrisco-me a dizer que tiveram um início parecido porém agora com toda esta capacidade, caminham lado a lado na tal Padoquinha. Vamos descobrir o que é?

PADOQUINHA

Partindo pela curiosidade de muitos, o que significa Padoquinha?

Padoca é como os paulistas carinhosamente chamam as tradicionais padarias, onde é possível comer no balcão pão francês na chapa. A nossa chama Padoquinha pois é uma versão menor e mais acolhedora, onde é possível sentar nas mesas e passar mais tempo para degustar os lanches que servimos no pão francês.


Empreender em Portugal em plena pandemia, como tem sido?

Não vou mentir, está pelo menos a ser desafiador. Mas sou do grupo de pessoas que acredita que toda crise traz muitas oportunidades e foi nisso que eu e meu irmão focamos quando abrimos a Padoquinha. A pandemia tem nos ensinado muito também e nos obriga e inovar constantemente e isso faz com que tenhamos um aprendizado maior em pouco tempo.

Quais os maiores desafios?

Um dos desafios iniciais com certeza foi o cenário instável que nos encontrávamos pois não sabíamos se enfrentaríamos novos lockdowns e como a economia do país ia reagir, principalmente se tratando de um país onde o turismo tem um grande impacto na economia.

O segundo maior desafio que enfrentamos foi compreender se o formato de negócio que temos faria sentido para nossos clientes brasileiros e agradariam nossos clientes portugueses também. 

Outro desafio foi adaptar as receitas aos produtos que temos acesso aqui em Portugal, para que fosse o mais parecido possível ao que encontramos nas Padarias paulistas. Durante esse processo testamos muitas receitas e descobrimos muitos fornecedores e isso fez com que conseguíssemos chegar aos produtos que temos hoje.

Uma dupla de sucesso, como é empreender com o irmão?

Nós sempre fomos muito próximos e muito parceiros um com o outro então na empresa não é diferente. Temos o costume de sermos muito honestos e resolvermos os problemas quando eles aparecem e isso facilita muito tanto o relacionamento pessoal quanto profissional.

O fato de termos a mesma formação acadêmica também nos ajuda muito pois vemos os desafios e objetivos de formas muito parecidas. Esse é o primeiro negócio de nós dois e nos permitimos a aprender juntos. Esse processo tem sido de muito trabalho mas também de muita diversão.


Receitas exclusivas. Conte-me sobre elas!

Eu e meu irmão somos netos de cozinheira/doceira mas confesso que o talento culinário ficou todo com meu irmão. Ele juntamente da minha avó desenvolveram várias receitas que usamos na Padoquinha e a principal é do nosso pão de queijo.

Minha avó tem nacionalidade portuguesa e já veio à Portugal algumas vezes, então já tinha conhecimento dos queijos e produtos disponíveis aqui. Isso fez com que ela e meu irmão conseguissem chegar na fórmula do nosso pão de queijo, receita mais especial que temos e guardamos a 7 chaves.


Como tem sido apresentar uma parte da gastronomia brasileira aos portugueses?

Eu moro em Portugal há 4 anos e nesses anos vi crescer muito a variedade de oferta de produtos brasileiros, desde produtos disponíveis em mercados a restaurantes brasileiros.

A ideia da Padoquinha era trazer uma coisa muito específica a Portugal e que fosse novidade face a várias (e ótimas) opções que temos aqui. Dessa forma, a maior parte dos nossos clientes portugueses já era muito familiar com alguns produtos que temos como alguns salgados (como coxinha e pão de queijo, por exemplo) e com vários pratos, mas a novidade para eles foi o pão francês, algo que é muito difícil de se encontrar no país.

Tivemos uma grata surpresa com a aceitação do nosso pão na chapa e ficamos muito felizes quando nossos clientes portugueses pedem pra caprichar na chapa ou tostar o requeijão; isso é o melhor sinal de aceitação que poderíamos ter.


Qual o prato/ carro chefe da Padoquinha?

Podemos dizer que nesse momento temos 2 produtos muito especiais: o pão de queijo e sanduíche Mercadão, que leva esse nome por ser uma homenagem ao famoso sanduíche de mortadela do Mercado Municipal de São Paulo.

O mercadão é um diferencial por combinar dois ingredientes que não são encontrados com freqüência por aqui: o pão francês e a mortadela de porco. Logo que colocamos esse lanche no Menu sentimos que ia ser o grande destaque e foi. Acho que agora outros já estão querendo briga pelo pódio então vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos…

A maior procura pelo local é sempre de brasileiros ou estrangeiros já começaram a aderir?

Quando abrimos a Padoquinha o nosso conceito foi abrir um local muito acolhedor onde os brasileiros pudessem se sentir em casa. Tanto a decoração como os pratos tinham um intuito de trazer uma memória afetiva e um pouco mais de sentimento de casa para quem está fora do Brasil. 

Como abrimos no meio da pandemia, nosso primeiro público foi 100% de brasileiros que moram aqui e dos portugueses. Com a melhora da situação e abertura das fronteiras fomos percebendo que a Padoquinha também gera interesse de turistas, mesmo sem esse ser nosso intuito principal.

Hoje, a procura de estrangeiros já é maior e fizemos algumas pequenas adaptações, como disponibilidade de um menu em inglês, por exemplo, devido a nova demanda.

Quem conhecer o espaço fica recarregado de energia. Qual o vosso segredo?

Com toda certeza o amor. A Padoquinha é um projeto familiar e uma extensão da nossa casa também. Em todos os detalhes tem muito carinho envolvido tanto meu como do meu irmão. 

A Padoquinha também veio para suprir tudo o que eu e o Yan sentíamos falta de São Paulo, cidade que tanto amamos, então por isso é carregada de memórias afetivas nossas que com toda certeza são as mesmas memórias que nossos clientes tem.

Desde tomar o famoso café da manhã em família com um pão na chapa com bastante requeijão até comer aquele bolinho de fubá que a mãe ou avó fazia, algo que fez parte do quotidiano de muitos paulistas e traz um sentimento de nostalgia muito especial.

A Padoquinha localiza-se na Rua: Silva e Albuquerque n29 A, Lisboa-Portugal.

Espero que tenham gostado de mais uma dica. Regressarei próxima sexta-feira com pratos incríveis. Aguardem!

Beijinhos meus

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